comunicações interrompidas

acabei de falar com a mamãe por telefone, e ela custou para acreditar que eu estou mesmo na Holanda: "...ai meu caçula, perdido pelo mundo!".
Mas fiquei feliz em saber que as coisas estão bem por lá, e fiquei também triste de não falar com papai, mas não era hora (bem no meio do meu expediente corrido). Vou ligar pra ele mais tarde com o tempo que ele gosta de ficar no telefone, mesmo quando ele fala logo no início: "sei que vc não pode falar muito agora, meu fiho, então vamos falar rápido....."
um bj pai, até já!

Sobre o Bernd, assim eu escrevi pra Nina:

- não achei, vou procurar, mas não expliquei o c* ardido... seguinte, a comida tem sido boa, mas meu regime usual realmente é muito diferente do que estou fazendo aqui. Então mesmo escolhendo sopinha e legumes (o que eu fiz nos almoços na Total), a comida tem sempre tempero a beça. Nem sempre é pimenta, e eu nem sei o que é, mas se já não bastasse os queijos que eu não tenho como resistir – e eu não venho comendo queijo regularmente já tem uns meses, tem o pão inevitável e maravilhoso (e olha o glúten de volta, com toda força), e um vinhozinho, que mesmo não querendo, o pessoal sempre pede um brinde, daí... e isso tudo depois da comida da TAM, que vou te contar... aliás, vou não, mas resumo dizendo que foi pouca, muito pouca e ruim, bem ruim. Só compensou porque tinha pouca gente no voo e eu acabei ficando com 3 poltronas pra mim e dormi bem razoavelmente. Acordei 2 min antes da hora de acordar no rio, e logo em seguida o despertador tocou!

Mas no sábado meu fiofó já tava bem ardido. Hoje piorou ainda um pouco pois fiquei meio sem consistência (3 episódios até agora – 18h). Fui em várias farmácias a procura de talco pra me ajudar a enfrentar o calor anal, e impressionantemente não achava talco nenhum (em uma achei uma coisa parecida com tênis pé, e achei melhor evitar). Depois de rodar umas 5 farmácias me veio a ideia de pedir os remédios pra bebe, e finalmente achei um talco fino. Essa foi difícil, pois ninguém intendia quando eu pedia assim “um talquinho de uso geral, sabe como é?”

... em Pau, peguei um trampo duro e fiquei mal de digestão

sabado de manha caiu uma ficha muito esquisita, mas ate divertida, com o titulo acima... Então aos detalhes:

1.     o trabalho que vim fazer será na Holanda, numa empresa petroleira “upstream” (exploração e produção) do grupo Total. Uma semana nos escritórios de apoio em terra (em Den Haag), mais 2 dias off shore, e depois 3 dias pra fechar uma análise de sistema de gestão.

2.     Mas antes de começar, preparamos a base do trabalho no centro de tecnologia da Total (uma espécie de Cenpes), que fica em Pau. A cidade é pequena e acolhedora, cerca de 50 km dos pirineus, e quando o tempo está bom, pode-se ver à distância os montes nevados e um belo grupo de altas montanhas. Tive a sorte de pegar dias onde o tempo abriu e especialmente na 6ª a tarde um belo por de sol me deixou meio inseguro se não fiz a escolha certa da passar o fim de semana por aqui, onde as estações de esqui já começam a funcionar (ceraca de 40 euro por dia).

3.     Uma das tarefas foi fazer o exame medico para a Total: fomos a um doutor senegales, que depois me invormaram ser o medico do time de rugbi, que se chamava bompompidoudou ou alguma coisa parecida: um negão de cara séria praca, que ficava num consultorio com uma sala de espera grande (a sala de espera devia atender uns 5 consultorios, mas so ele tava lá); não tinha ninguém na recepção e de vez em quando ele abria a porta, olhava em volta, e com a maior carranca apontava pra alguém entrar com ele...

4.     bom, resumindo: ele tinha uma estagiária médica, que era quem na verdade fazia a consulta, e ele apenas assistia e intervia quando necessário: uma lourinha de uns 23 anos, linda e introvertida, falando baixinho e pouco ingles, e ele, na verdade se divertindo muit o com aquilo tudo.... (no avião para Paris, Bernd, meu novo amigo da TA Cook brincou: “ e tudo aquilo só por 22 euros – o preço da consulta... e eu quase perguntei pro médico quanto ele queria pra deixar a gente a sos....)

rebote da Vi: que coisa boa ter irmãos!

Quando narrei a aventura aérea, o foco estava mesmo no meu umbigo... depois da resposta de minha irmã, me dei conta que toda a questão dos trabalhadores estava por trás disso, e eu nem me dava conta corretamente. Claro que teve um toque especial, devido ao clima que desviou o voo para CDG (Charles de Gaulle) e à Air France, que decidiu que todos deveríamos voltar pra Orly, mas no fim, ainda bem que eu estava me divertindo com o bom amigo Bernd. E depois tem as histórias dele pra contar... me aguarde. Embaixo, segue a resposta desta irmã sobre o meu email:


"Querido,
que novela aeronautica!!! Greve é greve! Andam maltratando muito os trabalhadores europeus e eu espero que sejam capazes de reagir à altura o que, no caso dos aeroportos e aviões, significa ao rés do chão! Ainda bem que humor resiste e que voc encontrou gente legal.
Você está num quarteirão chic e cheio de lojas e grandes magazines, de todos os tipos (em volta da Opera). Me disseram que há um novo magazine japonês que tem coisas maravilhosas e é por aí. Mas não sei nem nome nem endereço.  Mas há um circuito alternativo por aí também - Andando pelo Boud Haussman no sentido contrário à Opéra, essa era uma região onde havia muitos tecelões e costureiros no século XIX (não de luxo). Iniciou-se uma experiência de construção de galerias (algumas hoje são especialmente luxuosas, como a Galerie Colbert e inúmeras outras passagens (passages, en français). Peça ao google um mapa dessas passagens, sobre as quais há formidável literatura, tanto em arquitetura (pois integra o conjunto inicial das obras em ferro e vidro, das quais a torre eiffel é um dos exemplares) quando em filosofia, história e sociologia, cujo maior exemplo é Walter Benjamin, filósofo alemão que escreveu muitos textos sobre tais passagens. Eu já fiz uma caminhada entrando e saindo delas, desde as luxuosas até as simples. Para coroar o passeio, vale sempre uma ida até ao Palais Royal que é 'pequeno' e acolhedor (com suas arcadas) e deve ficar lindo sob a neve!!!
Paris nevada não é corriqueira, mas é linda. Cuidado só com o escorregão e aproveite bem. Fica silenciosa e gentil, levemente autista e sem dar bola a ninguém, essa cidade, mas fica bem bonita!
papai e mamãe andam algo estressados e está um pouco difícil por aqui. Mas estão bem. Hoje eu devo dormir por lá, amanhã virá uma acompanhante para tirar a folga da Cristina, Flávio e Paulo já estão na parada. Eu embarco amanhã à noite para João Pessoa e volto na quinta pela manhã. Não se preocupe e, sobretudo, não os assuste - se ligar para eles ou fizer contato, dê colo, carinho e gentileza.
beijoca
vi.
:

Inaugurando, de Paris....

Esta estadia em Paris foi no mínimo surpreendente. Surpreendente porque, apesar de existir um plano básico de atividades desejadas, tudo saiu saudavelmente diferente... Mas os passeios sim, estes dão o ar de estar em Paris. E acima de tudo, com esta nova modalidade velib de bicicletas de aluguel, que funciona bem e deixou a visita à Paris com possibilidades muito interessantes!

Para começar a chegada na sexta de noite, vindo do sul da França, de uma cidade chamada Pau, que eu relatei em email para minha irmã Virgínia assim:

“Veja só: sai de Pau (sul da França, pertinho dos Pirineus) as 16:45h, com tempo bom - lindo, vendo os Pirineus ao fundo, e com fim de semana promissor à frente, para chegar em Paris Orly programado para 18:00h. Daí o vôo foi transferido e pousou em CDG, por conta de mau tempo em Orly. Quando o avião parou, a aeromoça pediu para esperarmos, pois estavam verificando qualquer uma coisa,... e depois de 10 minutos nos informaram que iríamos voar ate Orly em seguida (?)

Ficamos aprox 1:15 no avião até decolar de novo, 20 min de vôo ate Orly, pousamos e.... não tinha "flanelinha" pra parar o avião (sabe aqueles caras que orientam o taxi final do avião no aeroporto?). Pois é, esperamos 30 min pelo flanelinha de avião, daí... não tinha quem trouxesse a escada pra desembarcar, pois não fomos pro finger do aeroporto.... mais uns 45 minutos para escada encostar, dai bagagem enrolada, daí, meia noite no hotel......

mas foi tudo no maior bom humor. Estava com um amigo alemão de Estrasburgo que trabalha comigo e em apenas 3 dias já passamos por um momento bem ruim de trabalho, demos a volta por cima lindamente, enfrentamos estas dificuldades com bom humor e, por isso tudo, sinto que uma nova amizade (ainda que de cunho profissional) está rapidamente se consolidando. Vamos precisar para o trabalho de 2 semanas que começa na próxima 2a feira em Den Haag, sul da holanda... e tome andanças pelo mundo!

bom, estou no Icone Hotel:

4 RUE D'AMBOISE

PARIS, 75002

FRANCE

quebrado, mas feliz, com tudo pago e lá fora a neve cai de leve.... vou ver a previsão do tempo pra programar os próximos passos e depois te falo. Suas dicas dos museus são muito valiosas e certamente num deles eu vou (vou embora do domingo as 4 da tarde pra Roterdã e Den Haag em seguida)

Meu celular funciona ao preço de cafezinho no quai Branly, quer dizer, 4 reais o minuto.... mas se quiser, ligue mesmo assim que eu vou é gostar. No mais, durante as próximas 2 semanas estarei afogado no serviço e não sei se vou ter acesso fácil internet, mas adorei estar perto docê este pouquinho.

beijão caloroso do teu irmão que começa a exagerar no "un petit du français"

au revoir

pedrinho”